Polly
 

"Em meio ao público, naquela fria sexta-feira do primeiro dia de janeiro de 1909, meio distraído como sempre, havia um rapaz de olhar fugidio e felino, como o de um gato doméstico, alto e bem-apessoado, com ar de quem domina o mundo. Aplaudia sem entusiasmo, com algum atraso. Não havia sequer tirado as luvas verdes de pelica. Era Deogràcies-Miquel Gambús, ladrão de quarta geração, ladrão por vocação, ladrão da cabeça aos pés, ladrão de mãos limpas e roupas caras. Um ladrão perfumado, mas, acima de tudo, ladrão, dedicado de corpo e alma ao seu ofício tal como haviam feito sua mãe, o pai de sua mãe e o pai do pai de sua mãe."

Não sei o que mais me incentivou a ler esse livro, se o preço (R$ 9,90 na submarino, quando comprei), se o fato de contar a história de um ladrão fino, ou ainda por passar-se em 1909. No fim acho que foi um pouco de tudo.
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